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sábado, 19 de agosto de 2017

Um retrato do Brasil


É legal, mas também é imoral!

A notícia, no site da ISTOÉ: “O juiz Mirko Vincenzo Giannotte, titular da 6ª Vara de Sinop (MT), cidade a 477 quilômetros de Cuiabá, recebeu em julho mais de meio milhão de reais, precisamente R$ 503.928,79. A revelação foi feita pela ‘Coluna do Estadão’. O magistrado disse que ‘não está nem aí’ com a polêmica em torno de seu contracheque e que o pagamento ‘é justo, dentro da lei’.
Em valores líquidos, o contracheque do magistrado ficou em R$ 415.693,02. O dinheiro caiu na conta de Mirko no dia 20 de julho, data de seu aniversário de 47 anos. ‘Foi um belo presente, uma coincidência’, declarou o magistrado ao jornal O Globo.

Os dados constam no Portal da Transparência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A ‘Coluna do Estadão’ destaca que o rendimento inclui remuneração de R$ 300.200,27; indenização de R$ 137.522,61, mais R$ 40.342,96 a título de ‘vantagens eventuais’ e R$ 25.779 em gratificações.”

Pois é. Ninguém mais que um juiz pode saber o que é legal. Mas também deveria ser um juiz a pessoa que soubesse exatamente a situação d GRANDE MAIORIA da população brasileira, hoje, e evitar, pelo menos, debochar de forma tão acintosa com essas declarações em gírias.
Mas o juiz em pauta não é o único na sua área, e tampouco o único entre autoridades e poderes deste País que desdenha, de forma surreal, do enorme fosso existente entre os privilegiados que vivem às custas dos impostos que TODOS pagam e aqueles que se locupletam.
Por exemplo, surgiu a denúncia de que a mulher que cuida das roupas e do vestir da primeira dama do País, a mulher do presidente Temer, ”furou” a fila e conseguiu um apartamento funcional em Brasília. Imagina-se quantos mais privilégios ela deve ter...
No noticiário diário na TV, vemos a todo momentos faustosos jantares e almoços, onde se discute (sic) “o futuro da economia do País”. Os cartões de crédito corporativos locupletam funcionários e membros graduados do governo. Com eles, compra-se tudo e se consegue até dinheiro vivo. Dezenas de milhões mensais. E a maioria dos gastos em segredo, “por segurança nacional.”
Os deputados, senadores e vereadores abarrotam suas contas e querem sugar ainda mais, agora, com a “reforma” política, criando um fundo de R$ 3,6 bilhões para financiar companhas. Aliás, por falar em campanha, já se estabeleceu que a presidencial, em 2018, custará R$ 160 milhões no primeiro turno, e mais R$ 70 milhões em eventual segundo turno.]
Não é de agora esse festival de rapinagem nos cofres públicos. Vem de vários governos, inclusive passando pelos dois mandatos de Lula e o primeiro e efêmero segundo mandato de Dilma. Com Temer, a situação só faz escancarar cada vez mais, com declarações de um cinismo que ofende nossa inteligência, mas que a grande mídia, inclusive grandes redes de TV, ignora na sua profundidade e trata com assuntos “formais”, sempre reproduzindo, como papagaios, as “declarações oficiais”.

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