TRUMP, JERUSALÉM E A VERDADEIRA HISTÓRIA
Tony Pacheco
A atitude do presidente dos Estados Unidos da América,
Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital do Estado de Israel, promete
esquentar a já quentíssima arena internacional nos próximos meses. A maioria
dos chefes de Estado do mundo preferia que Trump não tivesse feito isso, pois
continuam a temer que os árabes voltem a usar o fornecimento de petróleo e o
terrorismo como armas contra todo o planeta. Mas, antes de decidir se Trump
acertou ou errou, temos que ver a História por trás da disputa por Jerusalém
entre judeus, cristãos e muçulmanos. Quem, realmente, tem o direito histórico
de reclamar a cidade?
CIDADE CONFLAGRADA
Os judeus pretendem que sua ocupação da região de Jerusalém
remonta a 4 mil anos antes de Cristo, mas de histórico mesmo se tem que a
cidade foi capital de reinos judaicos a partir dos anos 900 antes de Cristo,
primeiro com Davi e depois com seu filho Salomão e daí por diante, sempre
historicamente falando e não por tradição religiosa, as diversas tribos
judaicas ocuparam Jerusalém e cercanias até 135 depois de Cristo.
Neste ano 135 d.C., o imperador Adriano, de Roma, resolveu
punir os judeus por suas insistentes revoltas contra o Império Romano desde os
anos 70 d.C. e finalmente os proibiu de morar em Jerusalém, expulsando todos os
judeus da cidade e mudando seu nome para Aelia Capitolina, situação que
perdurou até o século VII d.C., passando, inclusive, pelo período do imperador
Constantino, de Bizâncio (hoje, Istambul), que manteve a tradição de proibir
judeus na cidade e construiu ali os primeiros templos católicos (cristãos),
como a Igreja do Santo Sepulcro.
É bom ressaltar que o imperador Adriano era ferrenho
opositor dos judeus e dos cristãos, daí ter renomeado Jerusalém e até mesmo a
região que passou a se chamar Palestina (“Palaestinae” ou Terra dos Filisteus,
povo que combateu os israelenses desde sempre, os mais ferrenhos inimigos dos
judeus). Adriano tentou e quase conseguiu ressuscitar a religião dos deuses
antigos de Roma (Júpiter, Netuno, Vênus, Urano etc.), em oposição ao deus Jeová
judaico e Deus e Cristo dos primeiros
católicos.
Por aí já vimos que quem fundou e ocupou Jerusalém por
séculos foram os judeus. Os cristãos só formalizaram uma ocupação da área com Constantino,
três séculos depois de Cristo e mais de 1.000 anos depois do rei judeu Davi.
Os muçulmanos foram os últimos a chegar em Jerusalém, no
século VII depois de Cristo, até porque sua religião não existia até 622 d.C.,
ano em que Maomé
teria decretado como o início da Era Islâmica, a partir de quando se conta o
ano 1 do calendário muçulmano, isto é, quase 1.600 anos depois dos reis judeus
Davi e seu filho Salomão.
Agora vem a parte mais irônica (engraçada mesmo) da História
com H maiúsculo: os povos que permitiram a volta dos judeus a Jerusalém foram,
justamente, aqueles que fundaram a religião de Maomé, o Islamismo e seu deus
Alá, O Misericordioso. É isso mesmo: os muçulmanos permitiram aos judeus
voltarem a Jerusalém depois da proibição romano-bizantina que durou séculos.
Depois veio o tempo das Cruzadas, quando reis católicos da
Europa Medieval tentaram recuperar Jerusalém das mãos dos muçulmanos. E, neste
período, os católicos cristãos cortaram a cabeça de muitos islamitas, como os
islamitas hoje em dia fazem com os cristãos. Cruzados cristãos e ocupantes
maometanos de Jerusalém promoveram carnificinas muito piores do que as romanas
ou do que as das guerras recentes.
E o “povo palestino”? É uma invenção da Guerra Fria entre
Estados Unidos (apoiando Israel) e a então União Soviética (hoje Rússia,
apoiando os países árabes). Não existem egípcios, marroquinos, sírios,
jordanianos, iraquianos, libaneses, líbios, yemenitas, omanitas, argelinos,
tunisianos, sauditas ou palestinos. Todos os povos que vão do Marrocos até o
Iraque são árabes, divididos por questão de conveniência imperialista entre
Inglaterra e França, os dois grandes impérios do final do século XIX (anos
1800) e meados do século XX (anos 1900). Rússia e EUA apenas tomaram o lugar daquelas
duas potências e dividem os árabes para melhor dominá-los e, claro, ao seu
petróleo.
O que os ativistas islâmicos hoje em dia chamam de “povo
palestino”, na verdade são os árabes jordanianos que moravam na Cisjordânia de 1948 a 1967, e os árabes
egípcios, que moravam na Faixa de Gaza durante o mesmo período. Depois que sete
nações árabes se uniram para invadir Israel e destruir o recém declarado Estado
Judeu, em 1948, e depois da guerra de 1956 na região do Canal de Suez (Egito),
os árabes perderam militarmente e aí começou a guerra política e diplomática e
fundou-se, no início dos anos 1960,
a Organização para a Libertação da Palestina (OLP),
usando, justamente, o nome que também o imperador Adriano de Roma usou, só para
fustigar os judeus: “palestinos”, uma criação de marketing muito inteligente,
mas sem nenhum significado histórico, étnico ou cultural que seja. O intuito é
apenas pirraçar os judeus, pois palestinos são apenas jordanianos e egípcios e
todos não passam de árabes, uma única nação que vai do Marrocos ao Iraque.
Palestino é uma jogada política para ganhar uma guerra que foi perdida pelos
árabes nos campos de batalha.
RESUMO DA ÓPERA
Jerusalém é, historicamente, a capital não de todos, mas da
maioria dos judeus, desde quase mil anos antes de Cristo. E com exceção de
alguns séculos em que o Império Romano e o Império Bizantino mantiveram os
judeus afastados, à força, de Jerusalém, a cidade sempre foi habitada pelas
diversas tribos judaicas.
Já Donald Trump é o presidente dos EUA mais controvertido e
com idéias mais reprováveis de todos os tempos, mas está fazendo a primeira
coisa certa do seu mandato inútil até agora: está consertando maldades
históricas de várias nações contra o povo judeu e devolvendo aos judeus sua
capital histórica. Só isso. Podem jogar pedra nesta Geni chamada Trump, mas não
por reconhecer Jerusalém pelo que ela realmente sempre foi, a capital da
maioria das tribos judaicas.
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